20.11.10

Rio Comicon 2010.

Sexta passada, marquei ponto na Estação Lepoldina pra ver qual era da Rio Comicon.
Logo pra começar, não tinha como ser mais cult: um evento de quadrinhos realizado em uma estação de trem, usada como espaço cultural, garantiu um ambiente aconchegante para um público desacostumado com eventos desse tipo na capital carioca.
Apesar dos poucos medalhões, esta primeira edição tirou dez por realizar o contato entre publico e artistas. A despeito de alguns nomes de artistas gringos destacados nos posters, creio que as grandes atrações na real foram as próprias pratas da casa. A presença de vários nomes dos quadrinhos nacionais, famosos e undergrounds garantiram vários momentos únicos e divertidos.

-Mesa: Laerte, Angeli e Ota
Eu mesmo escolhi a sexta pela oportunidade de ver uma mesa de debates com os grandes Laerte e Angeli. A mesa era sobre Quadrinhos Autobiograficos, fechava o trio com o artista Ota, que garantiu gargalhadas e soluços, com suas tiradas nonsense.


Depois que o crossdreser Larte divagou sobre conceito de uma arte autobiografica, Angeli cortou pra dizer como a possibilidade de fazer piada em suas tiras acabam o afastando desse conceito. Ele parou e refletiu: "Falo muita bobagem sobre minha propria obra". Em seguida, foi a vez de Ota começar seu stand-up falando como desde pequeno produzia duas tiras por dia, fazendo o mediador lembrar que ele devia falar sobre a arte biográfica, e não sobre sua biografia. Ota então levantou o tópico de associar sua persona do seu personagem homonimo. Nesta hora então, ele soltou a frase que entrará nos anais do evento: "Claro que o personagem não é exatamente igual a mim. O Ota dos quadrinhos não toma banho nunca, já eu tomei banho anteontem".
Após o termino da discussão sobre o tema, foi aberto espaço pra perguntas do publico, e ai sim começou o verdadeiro show de risos. Em geral, Laerte começava a responder, com sua voz serena e baixinha. Quando chegava a vez de Angeli responder, ele começava a falar até que parava no meio e se desculpava: "Tou enrolando aqui, na verdade esqueci a pergunta. Me perdoem, sou maconheiro, esqueço tudo". Para completar, Ota também divagava, fazia piada, agradecia...até se dar conta que nem sabia qual era a pergunta.



-Contato com os quadrinistasUm stand que ficou cheio durante todo o evento foi o de Rafael Grampá e dos gemeos Gabriel Bá e Fabio Moon,. Juntos, os três já são bem conhecidos nos EUA pelo seu trabalho com quadrinhos alternativos. No stand era só comprar e receber um autografo dos próprios.
Em um outro espaço, os visitantes tinham acesso ao contato direto com os quadrinhistas. Era só ficar na fila pra ganhar autógrafos e desenhos exclusivos. Lá estavam por exemplo Lourenço Mutarelli, lenda viva, autor de Cheiro do Ralo e o iniciante Gabriel Renner. Conheci também meu ídolo, Arnaldo Branco, criador do Capitão Presença, e que atualmente publica a genial Mundinho Animal no portal G1. Arnaldo então ironizou:



Para sua primeira edição, o evento até que fez bonito. Fica a esperança que nos próximos anos, tenham mais stands e atrações. Enquanto a Livraria da Travessa deve ter faturado, por ser a única a aceitar cartões; a Panini tinha um amplo stand apenas para negociar assinaturas. Acredito que hoje, o publico consumidor de hqs e livros seja bem maior e diversificado. Se a industria da área e o próprio Estado perceber esse nicho, teremos uma grande Rio Comicon 2011.


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