19.8.10

(1/2) Crítica: A Origem

O Chute: Tombo que te põe pra fora do sonho e te retorna pra realidade
Desde que lançou o Dark Knight (um sucesso de publico critica e a porra toda), Chistopher Nolan virou um diretor-grife. Eu mesmo estava ansioso desde que foi anunciado seu novo projeto: A Origem (Inception). Já não bastasse minha vontade, ainda fiquei tentado por uma rede de comentários lá de fora. Boas cotações, boas criticas, elogios chorosos. Então, lá fui eu com meu copão de suco de laranja, um pacote de Mendorato, um sanduiche de salame, humildade e disciplina pra ver qual era.
É foda começar a ver um filme de boa sabendo que anunciadamente ele é o "filme do ano" e que o "ideal é ver duas vezes". Esse tipo de comentário massivo soa quase como um “se você não gostar/ entender, você é um jumento”. Daí você vai ver o filme, de coração, e meio que rola uma pressão externa pra você ter uma epifania cinematográfica. Acho que não gosto de Woody Allen e 2001 é um ótimo sonífero.


Voltando ao foco

A proposta do filme a priori é interessante e pá: Uma equipe de espiões industriais que rouba ou insere informações do subconsciente durante o sono. Obviamente a equipe tem um líder, no caso, Cobb (DiCaprio) que tem sua historia destacada entre a dos demais, que também desempenham funções especificas. Tratando do universo dos sonhos e do subconsciente não seria surpresa as cenas de proporção surrealistas que o trailer adianta assim como uma trama complexa. O filme então, cumpre o que se propõe.
Está meio chato levantar a discussão do que faltou no filme. Creio que Nolan realmente sabia que estava pegando um tema instigante e complexo pra se retratar: Os sonhos. Um a ideia pretenciosa e que ele soube trabalhar alguns conceitos, mas deixou alguma coisas de fora, propositalmente acho, mas que enriqueceriam a obra de maneira que lhe justificaria todo o hype de revolucionario.
A definição das funções dos personagens durante as operações funciona com o propósito de definir habilidades únicas, assim como limita a ação. O filme escapa de se tornar chato quando deixa algumas explicações subentendidas no próprio perfil dos personagens, assim como nos conceitos de sonhos. O mote de ter um Arquiteto, por exemplo, age pra justificar os cenários do sonho serem tão regrados. Ellen Page que é a novata do grupo serve para as poucas explicações didáticas do processo. Alias, a tecnologia de invadir sonhos não é o foco do filme: é uma maquina piroscopica que tem uns cabeamentos que liga os subconscientes por meio subcutâneo. E quem quiser explicações, que procure o hotsite. Tudo funciona bem dentro da proposta.
"Todo mundo faz pose, que essa vai pro Orkut"
Pessoalmente acho que o filme deixou de ousar nos conceitos de sonhos. Por mais que faça parte da técnica usada pelos espiões da trama, o controle nos sonhos deveria ter se perdido. Tirando o personagem de Tom Hardy que muda de aparência e conjura armas, o quesito criatividade do subconsciente poderia ter deixado o filme mais divertido. Num filme de sonhos é sempre esperado que coisas aconteçam sem lógica alguma. Isso poucaas vezes acontece em  A Origem. Quem mais se diverte nessa linha de non-sense é o Gordon-Levitt, naquela que é a cena mais épica do filme: A luta no corredor giratorio. Eu espero que ele cresça como ator.
Como um todo, depois que se começa a operação principal o filme se torna uma típica trama de assalto, onde a meta é chegar ao cofre e sair, mas alguma coisa acaba saindo diferente dos planos. Gosto de filmes desse tipo, ainda mais depois que dá tudo errado. O pulo do gato de Origem é o lance do sonho dentro do sonho, que torna o processo do assalto, no caso, uma inserção, bem gostoso visualmente, trabalhando a relatividade do tempo. Tirando isso tem um monte de coisas meio nadavê. Toda aquela sequência de tiroteio no gelo...eu num entindi nada.
Voltando para Cobb, ele sim é a estrela. A inserção é uma etapa do grande arco do personagem. Ele é o cara que faz o trabalho sujo pra provar sua inocência, ele é o líder, ele é o centro. Ele que trabalha a ideia da dualidade entre sonho e realidade que o filme tenta impor. Acho que essa dualidade ficou melhor em Ilha do Medo, mas, A Origem também é muito bom. Depois de tudo, o final ainda tenta mais uma vez impor a confusão entre realidade-sonho, mas acaba construindo é outra metalinguagem: A verdadeira inserção que se faz e a de, em meio a tantos conceitos largados e cenas confusas. Eu mesmo esperei tanto, e me senti broxado, pois não vi nada de tão tão.Filme acaba induzindo a você a achar que ele é o melhor do ano.
Ou talvez eu tenha de ver outra vez.
Ou talvez isso tudo seja um sonho...

Mas no final, eu gostei basntenate do filme. Vale até comprar o dvd

5.8.10

Um Novo Jaguar


Eu quero sentar e conversar
Deitar sem me preocupar
Viajar sem destino
Chorar como um menino
Que jogou a bola na casa do vizinho.

E agora José?
O Mundo é Bão, Sebastião.
Você é meu amigo de fé.
Ou será só imaginação?

Deixe escorrer toda sujeira
E viva a existência
Sem a vida você está sujeita
A ser uma grande negligência.

Um Jaguar acordou
Olhou pro lado e viu amor
Um jaguar se deitou
Estava sentindo muita dor
Um Jaguar novo nasce
E traz consigo esperança
Em encontrar na cotidiana dança
Um novo jeito de dizer.


[Dizer o quê?
Dizer o quê?]


O que nunca foi dito.
Simplesmente.

4.8.10

Filme da Semana- Adventureland

Qual o critério que é utilizado atualmente para selecionar o que vai parar no cinema ou o que vai direto para a prateleira empoeirada da locadora? Se você for um bom e velho mortal, vai me dizer que o que presta é lançado primeiro no cinema e o que é uma porcaria, uma bomba, uma tragédia é lançado direto no mercado negro dos dvd’s, não gosto de citar exemplos, mas alguém ai falou Street Fighter a Lenda de Chun-li? Enfim, vamos ao que interessa nem sempre esses filmes merdinhas vão direto para dvd:

DRAGONBALL EVOLUTION pronto falei!

... E também a casos contrários onde filmes com roteiros e personagens intensamente ricos e interessantes são visto por aqui apenas na telinha de sua TV, isso por que por aqui os blockbuster dominam nossos circuitos, e bons filmes passam despercebidos por nossos olhos simplesmente por que não são tratados pelos distribuidores da maneira que merecem, é o caso de Férias Frustradas de Verão (típico título de filme sessão da tarde eu sei, mais uma vez a distribuidora peca na adaptação, cá para nós qual o tipo de filme que você espera com um título como esse?, no original Adventureland, conta a história de James Brennan um garoto que esta atrás de um ideal para sua vida, agora que terminou a faculdade quer mais independência, mas no seu caminho se depara com um problema comum em tempos assim, seus pais estão fudidos de grana, e não vão poder pagar a tal viagem que James sempre sonhou, cabe a ele ir atrás do seu sonho. Como? Arrumando um emprego como mais? Achou que ele ia se meter em um concurso maluco de quem come mais cachorro-quente? NÃO!!! Ele vai fazer o que um bom moleque de 19 anos faria, arrumar um trampo clássico, e o que mais estava na moda nos anos 80 (época onde se passa o filme) fora Michael j. Fox, era parques de diversão, aqueles clássicos de filme! Pois é, então é lá que James vai parar, no Adventureland, lá ele conhece o administrador do parque e sua mulher no típico clima de filme daquele época, onde o administrador é um biruta com idéias próprios, enfim lá ele também percebe que há outros fudidos como ele e que precisam de dinheiro para alcançar seus idéias e blá blá, e conhece  a Bella, (literalmente), kristen stwart, interpretando aqui a independente Em, os dois se apaixonam em um clima sereno bem correspondente a época, nada daqueles amassos grotescos da era American Pie, claro à uma ou outra cena constrangedoramente hilária, mas vocês esperariam o que do bem humorado diretor de Superbad é hoje, que dirige esse filme com mãos de ferro!

A idéia aqui é levar de volta ao público o clima anos 80, uma comédia inocente mais não menos inteligente, enfim a várias reviravoltas que fazem o filme ser menos parado que outros que homenagearam a era. Adventureland, ou Férias Frustradas de Verão é um ótimo filme reflexão, (longe de ser um blockbuster, mesmo tendo vários astros da moda, Jesse Eisenberg, Kristen Stwart e Ryan Reynolds), que não teve aqui um tratamento muito justo, pelo menos rezemos para não sermos bombardeados com mais porcarias nas telas do cinema, e que mais vezes bons filmes sejam apresentados para o grande público.