30.12.10

Runaway.


Provavelmente  estou um pouco atrasado, mas essa semana decidi ver o curta feito pelo rapper  Kanye West, para a musica Runaway. O vídeo impressiona pela sua fotografia deslumbrante, com cenas demonstram como os gostos do rapper se dissosassociam do estereótipo, e se aproximam do rock alternativo. Kanye soma o surrealismo, o pop e o simbolismo pra desenvolver uma historinha, que aparentemente tem ligação com a capa principal do seu disco, que foi repudiada por ter dois monstros transando. Além da versão completa, com trinta e cinco minutos, existe também a versão clip que contempla os minutos onde se desenvolve a cena da dança das bailarinas, que são referidas em uma das capas alternativas.
 




Ou veja a versão complets, com mais minutos e mais musica.

20.11.10

Rio Comicon 2010.

Sexta passada, marquei ponto na Estação Lepoldina pra ver qual era da Rio Comicon.
Logo pra começar, não tinha como ser mais cult: um evento de quadrinhos realizado em uma estação de trem, usada como espaço cultural, garantiu um ambiente aconchegante para um público desacostumado com eventos desse tipo na capital carioca.
Apesar dos poucos medalhões, esta primeira edição tirou dez por realizar o contato entre publico e artistas. A despeito de alguns nomes de artistas gringos destacados nos posters, creio que as grandes atrações na real foram as próprias pratas da casa. A presença de vários nomes dos quadrinhos nacionais, famosos e undergrounds garantiram vários momentos únicos e divertidos.

-Mesa: Laerte, Angeli e Ota
Eu mesmo escolhi a sexta pela oportunidade de ver uma mesa de debates com os grandes Laerte e Angeli. A mesa era sobre Quadrinhos Autobiograficos, fechava o trio com o artista Ota, que garantiu gargalhadas e soluços, com suas tiradas nonsense.


Depois que o crossdreser Larte divagou sobre conceito de uma arte autobiografica, Angeli cortou pra dizer como a possibilidade de fazer piada em suas tiras acabam o afastando desse conceito. Ele parou e refletiu: "Falo muita bobagem sobre minha propria obra". Em seguida, foi a vez de Ota começar seu stand-up falando como desde pequeno produzia duas tiras por dia, fazendo o mediador lembrar que ele devia falar sobre a arte biográfica, e não sobre sua biografia. Ota então levantou o tópico de associar sua persona do seu personagem homonimo. Nesta hora então, ele soltou a frase que entrará nos anais do evento: "Claro que o personagem não é exatamente igual a mim. O Ota dos quadrinhos não toma banho nunca, já eu tomei banho anteontem".
Após o termino da discussão sobre o tema, foi aberto espaço pra perguntas do publico, e ai sim começou o verdadeiro show de risos. Em geral, Laerte começava a responder, com sua voz serena e baixinha. Quando chegava a vez de Angeli responder, ele começava a falar até que parava no meio e se desculpava: "Tou enrolando aqui, na verdade esqueci a pergunta. Me perdoem, sou maconheiro, esqueço tudo". Para completar, Ota também divagava, fazia piada, agradecia...até se dar conta que nem sabia qual era a pergunta.



-Contato com os quadrinistasUm stand que ficou cheio durante todo o evento foi o de Rafael Grampá e dos gemeos Gabriel Bá e Fabio Moon,. Juntos, os três já são bem conhecidos nos EUA pelo seu trabalho com quadrinhos alternativos. No stand era só comprar e receber um autografo dos próprios.
Em um outro espaço, os visitantes tinham acesso ao contato direto com os quadrinhistas. Era só ficar na fila pra ganhar autógrafos e desenhos exclusivos. Lá estavam por exemplo Lourenço Mutarelli, lenda viva, autor de Cheiro do Ralo e o iniciante Gabriel Renner. Conheci também meu ídolo, Arnaldo Branco, criador do Capitão Presença, e que atualmente publica a genial Mundinho Animal no portal G1. Arnaldo então ironizou:



Para sua primeira edição, o evento até que fez bonito. Fica a esperança que nos próximos anos, tenham mais stands e atrações. Enquanto a Livraria da Travessa deve ter faturado, por ser a única a aceitar cartões; a Panini tinha um amplo stand apenas para negociar assinaturas. Acredito que hoje, o publico consumidor de hqs e livros seja bem maior e diversificado. Se a industria da área e o próprio Estado perceber esse nicho, teremos uma grande Rio Comicon 2011.


8.11.10

O Sentido da Vida.

Retirado da compilação Laertevisão
Outro dia, não mais que duas semanas, acordei e fui lendo vários artigos em sites de revistas, acompanhado da minha caneca meio de café preto. Parei na Bravo! procurando por alguma coisa sobre os Titãs, mas acabei achando outra coisa.
Fui tentado a ler uma entrevista com o cartunista Laerte Coutinho. Mesmo sem ligar de imediato o nome a pessoa, confesso que não resisti em entender porque diabos o cartunista estaria ali vestido de mulher.
Enfim...
Com o Laerte, não sei o que passa. As mentes que se julgam mais sensatas tendem a dizer que o fator causa do cartunista se comportar de modo arredio para com sua obra e a pratica do cross tem fundamento na perda do filho. De fato, ver o filho morrer deve ser uma dor incomensurável para qualquer pai, mas não acredito que Laerte tenha ficado maluco. Acredito sim que isto tenha sido uma grande pedra, amontoada a outras tantas que o fizeram pensar no real sentido da vida.

Video-entrevista com Laerte para a revista Bravo!, falando sobre o Crossdressing

Voltando, este miolo foi que ficou zumbindo na minha cabeça. Laerte, 40 anos de carreira tem a coragem de dizer na minha cara que não tem mais tesão pelo que faz. Quadrinhista era meu sonho de moleque, sonho que desencantei de pensar nas (im)possibilidades técnicas e de mercado. Claro que não foi algo que atrofiei por medo do risco; nem botei na mesma gaveta onde guardei os sonhos de ser astronauta, magico de circo e fuzileiro americano. Se bem que bonzão nunca fui, mas isso não me impediu de extravasar minha vontade de criar e dar formas a personagens, e nessa parte agradeço meu grande amigo Matheus (uma grande historia que fica pra mais tarde).
Assumi minha predileção pelo traço estilizado, por mais que eu descenda da escola das comics americanas, vai ao encontro com a suavidade do Laerte. Obviamente eu já tinha esbarrado com obras notórias dele, como o Piratas e Overman, mas me recordo muito bem que a primeira serie de tiras que acompanhei de cabo a rabo foi "O Manual do Minotauro" publicada na Folha, lá por 2008.


O problema está em que Laerte seguiu, com louvor, a estrada que apenas vislumbrei, e vi se tornando apenas uma tolice infantil, e agora volta pra debochar de mim. Talvez isso se explique por uma coisa que já sinto: uma relativização do tempo e dos anseios. Desejos vão se desagregando e virando desinteresses. De resultado fica a sensação que talvez você se ache bom, meia dúzia de pessoas achem também mas isso não é o bastante. Laerte queria ser cartunista, conseguiu fama, reconhecimento...mas o prazer morreu. O cara que participou da equipe da TV Colosso e trabalha desenhando está insatisfeito.
Acredito que nós temos o desejo de nos sentirmos livres, sustentando a ilusão de que fazemos o que gostamos, e porque gostamos. Do mesmo modo, a obrigação e a repetição nos afasta desse tesão pelas coisas. A grande dificuldade entre juntar a realização profissional com a realização pessoal. Eu, acho incabivel separa-las. A vida é a profissão, ou grande parte dela. Dá pra ser feliz vivendo eternamente só imaginando como seria um emprego melhor? E se depois de ser alguma coisa, isso ainda não for o suficiente?
É como se a vida tivesse que nos conquistar todos os dias...

31.10.10

90 dias com Catra.

O mais novo hit do youtube, 90 Dias com Catra é um projeto que acompanhou e registrou a vida do funkeiro (e filosofo) Mr. Catra. Com depoimentos e divagações, o curta-documentario tem como intenção se vender como uma serie de tv sobre o polemico ícone da anarco-cultura carioca. Catra comenta com malandragem desde de sua infância de "preto-playboy-judeu" até o que é hoje, um popstar poligamico e com quase trinta filhos.


22.10.10

Quase Irmãos.

Everything Must Go


Excelente disco de pop rock lançado em 96 pelos meus amados galeses do Manic Street Preachers. Depois do denso e polemico Holy Bible (95) a banda acaba por lançar um trabalho mais leve num momento tenso. Sonoramente, o trabalho é marcado pela guitarra limpa, bases de teclado e utilização de instrumentos menos usuais no rock, como trompete e harpa. Nas letras, vê-se o reflexo do momento dúbio para a banda: no ano anterior, o guitarrista-base e principal letrista, Richey James Edwards simplesmente sumira. Algumas das letras ainda são do guitarrista sumido, como Kevin Carter, sobre o premiado fotografo suicida. A musica A Design for Life, talvez seja a mais famosa do grupo, responsável pela notoriedade mundial do grupo.

Clip da musica Everything Must Go

As Quarto Estações


Assim como denuncia o titulo, é o quarto álbum da banda brasileira Legião Urbana, o  primeiro gravado na integra como um trio. O som aqui firmado marca a estética que até hoje simboliza a o que é Legião Urbana. Saem as letras com teor politizado e as guitarras com influencia punk, coisas que eu tanto gosto, entram as letras sobre amor e som com teclados com efeito de órgão e o clima acústico. Com esse linha mais leve, o álbum se torna o maior sucesso comercial da Legião, tendo como principal single Pais e Filhos, que hoje de tanto tocar eu já não aguento mais ouvir. Percebe-se um elo religioso entre a maioria das letras: são evocados vários símbolos místicos assim como há fragmentos da liturgia Católica na letras de "Se fiquei esperando meu amor passar" e "Monte Castelo". No rodapé do LP, Renato Russo fala sobre os momentos "de iluminação" que o fizeram a escrever algumas letras.

Há Tempos, no Acústico MTV

11.10.10

Uma das esquetes mais memoráveis dos Trapalhões, assim como todas da serie "um clipe para a musica". Estive conversando e conclui que é impossível desassociar essa musica das caretas do Didi-Bethania.

Alias, antes que seja tarde, tenho a dizer que considero o Chico Buarque um senhor com vários predicados, mas por vezes suas musicas ficam duas vezes melhores em outras vozes. Por outro lado Maria Bethania....essa arrebenta cantando musica de qualquer um. A voz dela consegue por uma carga dramática muito forte nas letras... principalmente agora que essa letra se tornou tão pessoal.
Não gosto de ficar com esse papo de "antigamente era melhor", porque isso é um pé no ovo, mas quando se dialoga com uma geração teen que chama um cara de óculos escuros que faz careta de "muito bom"....realmente, estamos com sérios problemas...
Sobretudo, essa esquete lembra quando eu era pequeno e isso passava antes do noticiário local. E me dá uma saudade de quando o Didi era bom no seu oficio...

Bonus Track: Pra não perder a gag, fica ai a piada interna.
Estou me esforçando pra ser "um bom terceiro" haha

Esse dvd é muito bão...e te amo

17.9.10

Some girls are bigger than others.

É engraçado como o tempo passa e algumas coisas que já se gosta parecem ser ratificadas. Desde de que passei a gostar de The Smiths, fico varias vezes deslumbrado com a capacidade do Morrissey de criar letras simples na forma e de forte sentido no conteúdo. Moz pra mim se torna genial por captar uma coisa que seu discípulo Renato Russo replicava: nas emoções somos bobos.
Dentro do The Smiths, a que mais gosto é "Some Girls are Bigger Than Others". Melodicamente é uma grande repetição de um riff hipnótico e a frase titulo. O charme pra mim está em tentar planificar o sentido da letra em inglês para a nossa. Essa é uma das vezes em que você está certa: Pelo risco de ser arbitrário nas divagações que esse mantra masculino-contemplativo pode trazer, é melhor deixar como está. Curioso que agora é como se a vida sublinhasse que some girls are bigger than others, e eu posso apertar os olhos e dar meu riso debochado. Acho que a vontade de sermos diferentes vem de darmos as pessoas valores diferentes. Posso dar importâncias maiores a quem me cativa, considerar minha Cleópatra. Eu sou mesmo meio enrolado pra fazer elogios, mas a convivência deve ajudar a me tornar mais explicito.

Então, send me your pillow and I'll send you mine...

19.8.10

(1/2) Crítica: A Origem

O Chute: Tombo que te põe pra fora do sonho e te retorna pra realidade
Desde que lançou o Dark Knight (um sucesso de publico critica e a porra toda), Chistopher Nolan virou um diretor-grife. Eu mesmo estava ansioso desde que foi anunciado seu novo projeto: A Origem (Inception). Já não bastasse minha vontade, ainda fiquei tentado por uma rede de comentários lá de fora. Boas cotações, boas criticas, elogios chorosos. Então, lá fui eu com meu copão de suco de laranja, um pacote de Mendorato, um sanduiche de salame, humildade e disciplina pra ver qual era.
É foda começar a ver um filme de boa sabendo que anunciadamente ele é o "filme do ano" e que o "ideal é ver duas vezes". Esse tipo de comentário massivo soa quase como um “se você não gostar/ entender, você é um jumento”. Daí você vai ver o filme, de coração, e meio que rola uma pressão externa pra você ter uma epifania cinematográfica. Acho que não gosto de Woody Allen e 2001 é um ótimo sonífero.


Voltando ao foco

A proposta do filme a priori é interessante e pá: Uma equipe de espiões industriais que rouba ou insere informações do subconsciente durante o sono. Obviamente a equipe tem um líder, no caso, Cobb (DiCaprio) que tem sua historia destacada entre a dos demais, que também desempenham funções especificas. Tratando do universo dos sonhos e do subconsciente não seria surpresa as cenas de proporção surrealistas que o trailer adianta assim como uma trama complexa. O filme então, cumpre o que se propõe.
Está meio chato levantar a discussão do que faltou no filme. Creio que Nolan realmente sabia que estava pegando um tema instigante e complexo pra se retratar: Os sonhos. Um a ideia pretenciosa e que ele soube trabalhar alguns conceitos, mas deixou alguma coisas de fora, propositalmente acho, mas que enriqueceriam a obra de maneira que lhe justificaria todo o hype de revolucionario.
A definição das funções dos personagens durante as operações funciona com o propósito de definir habilidades únicas, assim como limita a ação. O filme escapa de se tornar chato quando deixa algumas explicações subentendidas no próprio perfil dos personagens, assim como nos conceitos de sonhos. O mote de ter um Arquiteto, por exemplo, age pra justificar os cenários do sonho serem tão regrados. Ellen Page que é a novata do grupo serve para as poucas explicações didáticas do processo. Alias, a tecnologia de invadir sonhos não é o foco do filme: é uma maquina piroscopica que tem uns cabeamentos que liga os subconscientes por meio subcutâneo. E quem quiser explicações, que procure o hotsite. Tudo funciona bem dentro da proposta.
"Todo mundo faz pose, que essa vai pro Orkut"
Pessoalmente acho que o filme deixou de ousar nos conceitos de sonhos. Por mais que faça parte da técnica usada pelos espiões da trama, o controle nos sonhos deveria ter se perdido. Tirando o personagem de Tom Hardy que muda de aparência e conjura armas, o quesito criatividade do subconsciente poderia ter deixado o filme mais divertido. Num filme de sonhos é sempre esperado que coisas aconteçam sem lógica alguma. Isso poucaas vezes acontece em  A Origem. Quem mais se diverte nessa linha de non-sense é o Gordon-Levitt, naquela que é a cena mais épica do filme: A luta no corredor giratorio. Eu espero que ele cresça como ator.
Como um todo, depois que se começa a operação principal o filme se torna uma típica trama de assalto, onde a meta é chegar ao cofre e sair, mas alguma coisa acaba saindo diferente dos planos. Gosto de filmes desse tipo, ainda mais depois que dá tudo errado. O pulo do gato de Origem é o lance do sonho dentro do sonho, que torna o processo do assalto, no caso, uma inserção, bem gostoso visualmente, trabalhando a relatividade do tempo. Tirando isso tem um monte de coisas meio nadavê. Toda aquela sequência de tiroteio no gelo...eu num entindi nada.
Voltando para Cobb, ele sim é a estrela. A inserção é uma etapa do grande arco do personagem. Ele é o cara que faz o trabalho sujo pra provar sua inocência, ele é o líder, ele é o centro. Ele que trabalha a ideia da dualidade entre sonho e realidade que o filme tenta impor. Acho que essa dualidade ficou melhor em Ilha do Medo, mas, A Origem também é muito bom. Depois de tudo, o final ainda tenta mais uma vez impor a confusão entre realidade-sonho, mas acaba construindo é outra metalinguagem: A verdadeira inserção que se faz e a de, em meio a tantos conceitos largados e cenas confusas. Eu mesmo esperei tanto, e me senti broxado, pois não vi nada de tão tão.Filme acaba induzindo a você a achar que ele é o melhor do ano.
Ou talvez eu tenha de ver outra vez.
Ou talvez isso tudo seja um sonho...

Mas no final, eu gostei basntenate do filme. Vale até comprar o dvd

5.8.10

Um Novo Jaguar


Eu quero sentar e conversar
Deitar sem me preocupar
Viajar sem destino
Chorar como um menino
Que jogou a bola na casa do vizinho.

E agora José?
O Mundo é Bão, Sebastião.
Você é meu amigo de fé.
Ou será só imaginação?

Deixe escorrer toda sujeira
E viva a existência
Sem a vida você está sujeita
A ser uma grande negligência.

Um Jaguar acordou
Olhou pro lado e viu amor
Um jaguar se deitou
Estava sentindo muita dor
Um Jaguar novo nasce
E traz consigo esperança
Em encontrar na cotidiana dança
Um novo jeito de dizer.


[Dizer o quê?
Dizer o quê?]


O que nunca foi dito.
Simplesmente.

4.8.10

Filme da Semana- Adventureland

Qual o critério que é utilizado atualmente para selecionar o que vai parar no cinema ou o que vai direto para a prateleira empoeirada da locadora? Se você for um bom e velho mortal, vai me dizer que o que presta é lançado primeiro no cinema e o que é uma porcaria, uma bomba, uma tragédia é lançado direto no mercado negro dos dvd’s, não gosto de citar exemplos, mas alguém ai falou Street Fighter a Lenda de Chun-li? Enfim, vamos ao que interessa nem sempre esses filmes merdinhas vão direto para dvd:

DRAGONBALL EVOLUTION pronto falei!

... E também a casos contrários onde filmes com roteiros e personagens intensamente ricos e interessantes são visto por aqui apenas na telinha de sua TV, isso por que por aqui os blockbuster dominam nossos circuitos, e bons filmes passam despercebidos por nossos olhos simplesmente por que não são tratados pelos distribuidores da maneira que merecem, é o caso de Férias Frustradas de Verão (típico título de filme sessão da tarde eu sei, mais uma vez a distribuidora peca na adaptação, cá para nós qual o tipo de filme que você espera com um título como esse?, no original Adventureland, conta a história de James Brennan um garoto que esta atrás de um ideal para sua vida, agora que terminou a faculdade quer mais independência, mas no seu caminho se depara com um problema comum em tempos assim, seus pais estão fudidos de grana, e não vão poder pagar a tal viagem que James sempre sonhou, cabe a ele ir atrás do seu sonho. Como? Arrumando um emprego como mais? Achou que ele ia se meter em um concurso maluco de quem come mais cachorro-quente? NÃO!!! Ele vai fazer o que um bom moleque de 19 anos faria, arrumar um trampo clássico, e o que mais estava na moda nos anos 80 (época onde se passa o filme) fora Michael j. Fox, era parques de diversão, aqueles clássicos de filme! Pois é, então é lá que James vai parar, no Adventureland, lá ele conhece o administrador do parque e sua mulher no típico clima de filme daquele época, onde o administrador é um biruta com idéias próprios, enfim lá ele também percebe que há outros fudidos como ele e que precisam de dinheiro para alcançar seus idéias e blá blá, e conhece  a Bella, (literalmente), kristen stwart, interpretando aqui a independente Em, os dois se apaixonam em um clima sereno bem correspondente a época, nada daqueles amassos grotescos da era American Pie, claro à uma ou outra cena constrangedoramente hilária, mas vocês esperariam o que do bem humorado diretor de Superbad é hoje, que dirige esse filme com mãos de ferro!

A idéia aqui é levar de volta ao público o clima anos 80, uma comédia inocente mais não menos inteligente, enfim a várias reviravoltas que fazem o filme ser menos parado que outros que homenagearam a era. Adventureland, ou Férias Frustradas de Verão é um ótimo filme reflexão, (longe de ser um blockbuster, mesmo tendo vários astros da moda, Jesse Eisenberg, Kristen Stwart e Ryan Reynolds), que não teve aqui um tratamento muito justo, pelo menos rezemos para não sermos bombardeados com mais porcarias nas telas do cinema, e que mais vezes bons filmes sejam apresentados para o grande público.

11.7.10

A Volta da Chata

O Jaguar uma vez já me expulsou. Pra quem não lembra eu estava aqui quando ele começou, mas não sei como, quando logova não havia mais Jaguar...e com a minha vida corrida eu nem podia fazer questão de voltar. Mas agora estou de volta (ao menos nas férias) pra tentar colaborar com o blog!

Pra começar, minha vida está bem diferente, agora estou na faculdade, e com a faculdade, veio o grupo de teatro de lá. E com isso, vieram as reuniões/festas do grupo, e como sempre, meu "modo de vida" é diferente do de todo mundo. Sempre tem muita bebida alcoólica nessas festas, e eu não bebo, mas não falo nada, fico na minha com a garrafa d'água presa à minha mão.Confesso que até hoje isso era mais natural porque eu não convivia com pessoas bebendo, mas quando todo mundo começa a beber e tu diz que não bebe, é até estranho, porque até então, todos ainda estão sóbrios e beber parece que não gera maiores efeitos. Isso passa rápido, logo que todos começam a ficar estranhos: falam alto, ficam sonolentos, beijam quem tiver pela frente e o pior vomitam e dão vexame.

Vendo meu amigo num estado bem degradante sentado na sala, todo vomitado, dando trabalho pra todo mundo e quase em coma alcoólico, eu tive certeza de que eu não preciso disso. Okay, quem sabe beber não merece ler isso, mas de qualquer forma, é assim que me sinto bem. O chato disso é não ter com quem compartilhar essa ideia. Há alguns dias, um amigo escreveu numa rede social exatamente o que eu senti, ele também começou a ir em festas, e também não bebe, seu relato falava em "NÃO DEIXAR DE SER EU", e realmente, é isso. O que me entristece, é que esse mesmo cara não fala mais comigo, tive muito o impulso de puxar assunto com ele sobre isso, mas eu iria ficar triste com a reação dele que não seria boa. Imagino que sinto o que todas as pessoas sentem quando resolvem se atrelar à alguma ideologia, fazem isso porque não têm com quem compartilhar aquilo que acham melhor pra elas mesmas. A ideologia é um ponto de encontro de pessoas mais semelhantes.

No caso de não beber, a ideologia disponível é a Straight Edge: modo de vida associado a música Punk/Hardcore que defende a total abstinência em relação ao tabaco, ao álcool e as drogas ilícitas.

Opa, além de não beber ainda tem Hardcore incluído, perfeito! Vou tatuar um X na mão e ser feliz. Não! Não consigo me apegar à ideologias. Há sempre aquele ar de "essa é a verdade absoluta", quem bebe é otário e não deveria existir. E não gosto muito disso. Bebe quem quiser (mas não me encha o saco) e eu também tenho o direito de não querer. Quando me perguntam se sou straight edge dá até uma vontade de dizer que sim, só pra ficar claro meu "modo de vida" e não ter que responder zilhas de perguntas. Mas respondo que não, até porque geram o dobro de perguntas e porque não me sinto associada ao movimento nem nada. Apenas concordo com a forma de lidar com certos aspectos.

É isso, mais um dos aspectos insuportáveis da minha personalidade, já que sou "Los Hemanos" demais pro mundo.

10.7.10

Ao menos não comprei a camisa assinada...


Pois é, entrei duas vezes em campo com o time do Flamengo. Adivinhe quem eu escolhi para me introduzir à torcida mais bonita do Brasil? Exatamente. Bruno.
Corri ao lado de um jogador que chegou a ganhar R$200.000.000 por mês -uau, quase me perdi nos 0s-! E agora, na cadeia? Direito a regalias com os presos? Ganhar de vez em quando uma geladinha de nível menor que a tomada após o assassinato de Eliza Samudio?
Antes do ocorrido, em sua infância, não tinha literalmente R$ 0,99 para o ônibus -agora foi mais tranquilo de ajustar os números!-. O que leva então uma pessoa que saiu do nada e conheceu tudo, a fazer algo assim? O velho discurso dado após ser pego fazendo besteira? "Estou voltando às minhas raízes"? Assim você envergonha suas origens!
Tal como para as pessoas que cresceram com o goleiro e viam nele um exemplo de vida, o fanatismo prevalece, mas agora de maneira oposta. Quantos garotos tinham em Bruno, um grande ídolo e fonte de inspiração?
Nem os maiores fãs acreditam mais na veracidade de seu caráter. Se em sua entrevista após o assassinato foi dito "peço a Deus para que Eliza esteja bem" -falsamente-, Bruno, eu realmente torço para que você seja perdoado por Ele. Porque pelo seu caráter, possivelmente você não vê nem motivo para refletir sobre. Ainda deve achar que foi injustiçado.
Parabéns. Você perdeu um fã.

6.7.10

Valeu, Uruguai!

Vocês vingaram a seleção brasileira. Não, não estou louco e sei que a celeste perdeu. Porém, vimos o que queriamos, um jogo bonito e acima de tudo, a característica garra sul-americana.
Se a Brahma estiver de olho, perdemos o patrocínio!

4.7.10

Nada de canarinhos ou beijoqueiros

Ambos estão fora das semi. Fim do regime militar no Brasil e do Barney -o dinossauro roxo- na Argentina. De que adianta convocar uma equipe completamente unida, se falta um craque? Para que serve um time de ‘reis da bola’ superestimados, se não há companheirismo? A resposta está na prática. E dos dois um: ou a Alemanha é muito superior à Holanda ou o comandante brasileiro errou menos que o maestro argentino, sendo a união mais importante que a habilidade-ainda que ambos sejam necessários-

 
Os grandes times do cenário mundial se tornaram aqueles cujo técnico é equilibrado e o grupo é bem unido. O que importa é o conjunto. Se grandes nomes ganhassem jogo, a Coréia do Norte seria a grande campeã.

3.6.10

Another Love Song.

Você é tão impossível
Grita e geme, acalma minha alma
Não quero ouvir que você ficou pra trás
Todas aquelas vezes que ficou acordada e chorando
Não é mentira
Você fez isto para si mesma
Como chiclete mascado debaixo de minha mesa
Não pareça surpresa
Aposto que sabia o tempo todo

É apenas mais uma canção de amor
Mais uma canção de amor

Nunca é fácil
Não é difícil
Quando você perdeu sua cabeça
Com você é sórdido
Não me diga seus tormentos
Estou doente, a deixarei cega
Agora a hora chegou
De deixar esse amor que a deixou esgotada
Não precisa resolver isso agora
Porque sabe que não há motivo pelo qual

É apenas mais uma canção de amor
Mais uma canção de amor

Eu nunca disse que duraria para sempre
Você não pode segurar este garoto por muito tempo, querida
Quando você ler minha carta
Baby, terei ido embora

Você é apenas mais uma canção de amor
Mais uma canção de amor

Não clique

8.5.10

Boladão.

Acho futebol divertido, só não super valorizo.Percentualmente, prefiro mais carnaval do que futebol. Ai, vem aquele "nossa, futebol é a alienação do povo".Cara, que é..ah, é sim, mas não é o futebol em si.Perdi minha linha de pensamento e não quero discutir isso.
É foda juntar a galera pra ver um jogo que seja, fazer aqueles comentários aleatórios sobre a partida, mas....só isso.Futebol é legal como uma zoar, e nada mais.Não acho que seu time defina você, ou seja visceral ao ponto de te deixar depre.Se eu irrito quem eu amo, eu fico chateado; se os Strokes acabarem, vou ficar triste; se o Vasco for rebaixado de novo, eu vou tentar procurar alguma coisa pra comer.Simplesmente, não consigo me abater por futebol.Ganhou, oba.Alias, a única funcionalidade social do futebol é fazer piada com alguém porque o time perdeu e consequentemente ser zoado.Por isso que dizem que é coisa de menino.
A parada é que falta menos de um mes pra Copa, então já sabe como é o esquema: geral naquele pique de torcer de reclamar de escalação.Claro, ainda tem a melhor parte faltar os compromissos, afinal é Copa do Mundo, o Brasil é penta e é nois....isso já é um bom motivo pra não fazer nada.
Continuando os merchans, eu aviso aos desavisados que já estou postando também no blog da Megazine e, aproveitando o tema do post, chamo quem tiver afim pra minha liga no Carola.

Salve a Seleção

15.4.10

Vivas, Vaias, Palmas.


Essa vida carioca, cada vez mais difícil.Se não é derrota, é chuva que vem e quase leva a cidade junto.Poderia entrar em vários questionamentos, mas que não são muito efetivos enquanto existir um ciclo de pessoas que não avaliam seus votos e depois pedem que um politico seja um deus.Políticos cometem erros e é muito mais fácil falar que "fulano é um politico ladão".
Houve negligência, houve politicagem...mas também choveu pra cacete.Culpemos também o ciclo hídrico.
Naquela segunda feira eu acabei desistindo de ir pra faculdade, acabei me dando bem.Acho que todo mundo que tava na rua acabou tendo uma historia de como fugiu das onipresentes enchentes.E mais, quase todo mundo filmou pra comprovar.Nessa acabei sem historia: a chuva castigando, sem aula, sem trabalho e minha única aventura vou ver a trilogia do Poderoso Chefão deitado na cama.
Mas, depois da tempestade vem a.......

Estava uma semana que eu tava comentando com algumas pessoas sobre o lance de escrever abertamente, sobre como eu faço.As vezes tenho um mar de criatividade, as vezes passo um tempão com preguiça de registrar qualquer coisa...o próprio Jaguar sofre com isso.
Ai, no meio disso eu participei do concurso pra integrar o Conselho Jovem da Megazine, o suplemento voltado para adolescentes do jornal carioca O Globo.Por ter um lance de votação e por ter tanta gente competente, achei que era mais pelo lance de tentar.Daí, no meio do temporal, fui chamado pra dinâmica de grupo.Mal sabia eu que no meio de uma aula de sociologia, eu iria receber um telefonema do Alessandro, me informando que eu era um dos seis integrantes do Conselho.
Não bastasse isso, ainda recebi um telefonema desavisado pra dizer que eu estava aprovado pra UERJ.Dois novidades, dois baques que aconteceram sem perceber e no mesmo dia.
Então, fica o aviso que, por quatro meses, eu vou publicar alguma conteúdo nas edições emanais da Megazine, e posteriormente no blog do suplemento (mas dai, fiquem tranquilo crianças, eu os avisarei !).
Não era tudo que eu planejava....mas obrigado!

21.3.10

Ensaiando sobre o vazio.

Numa dessas noites de não querer dormir, com a chuva ameaçando lá fora, cedi o prazer de assistir o grande vencedor do Oscar 2010: Guerra ao Terror.Muito merecido, por sinal.
Desde que ouvi o titulo no fim do ano, "Hurt Locker", me senti instigado.Armário da Dor é um nome que te dá uma proporção grande.Me remete diretamente a dor acumulada, fechada com tranca; dor engolida, engasgada.Porém, titulo nacional, um pouco dessa amplitude se perde.Guerra ao Terror soa como um filme de guerra no Iraque, com sangue, explosões e terroristas de AK.Até tem isso, mas não do jeito que se pensa.
O filme acompanha os últimos dias de ação de um grupo de especialistas em bombas.O trabalho em equipe entra em conflito com a entrada do Sargento James, que encara seu trabalho como um escape prós seus problemas.Desarmar bombas pra ele é divertido.No decorrer da sua ânsia por adrenalina, James se perde em si mesmo.
A certo ponto, a pergunta que os militares se fazem é "o que estou fazendo".Está é uma pergunta que também ecoa na minha cabeça.Além de uma representação do drama militar no oriente, o filme pode ser levado pra questão existencial, onde o "porque faço" pode ser respondido pelo cruel "não sei fazer outra coisa".
A camera de documentario as vezes ataca pra deixar o filme com um que de realidade.De certa forma, a subida da consciência dos personagens já cumpre esse papel.Com a cena do homem-bomba, você acaba percebendo que seja um soldado ou um civil triste em casa, você é empurrado a admitir: Não posso fazer nada
E a bomba explode.

24.2.10

Direto da Sapucaí.

Odeio essa coisa de "po, não pensava que você gostava disso".A Internet e seus indies blases.
Gosto de muito de rock alternativo, filmes alternativos, mas paralelo a isso, adoro carnaval.Sempre é tradição assistir os desfiles na tv e torcer pelas escolas locais.Se para quem pode o ano começa depois do carnaval, é porque existe um simbolismo nesses quatro dias onde se destitui de compromissos.Antes de levantar os tópicos sobre carnaval=alienação, acho que essa festa permite uma libertação, seja como você preferir.Tem gente que descasa, tem gente que bebe até vomitar, eu gosto das escolas de samba. Tava entalado, mas, agora é nosso! Tijuca é campeã do Carnaval 2010.
Desde que Paulo Barros entrou pra azul e amarelo da zona norte.Na década que passou, o carnavalesco esteve a frente de algumas escolas, mas foi na Tijuca que ele ganhou notoriedade.Paulo trouxe para o carnaval novas possibilidades, inserindo teatro e suas famosas alegorias vivas.Desde então, o maior espetaculo da terra nunca mais foi o mesmo.As inovações da Tijuca naquele 2004 hoje são acompanhadas por quase todas escolas.
Foram anos de tentativas, algumas batidas na trave,mas com o enredo "É Segredo" a Unidos da Tijuca se sagrou campeã, merecidissima, com um paulo Barros elevado ao posto de monstro sagrado da Sapucai.fico muito feliz de ver uma pequena escola, uma escola que sempre torci ganhar um titulo nesse espetaculo de proporções mundiais.Se naquele 2004 o destaque era o "Carro do DNA", dessa vez quem estampou manchetes e foi pra tv foi a "Comissão de frente mágica".
Sem perceber, nesse carnaval acabei no palco do espetaculo.Na segunda de carnaval, lá estava eu e meu bem no Carnaval."Ao vivo é outra coisa"... e é mesmo, amor.Naquele dia, a melhor escola foi a Grande Rio, com seus lindos carros.
O Rio de Janeiro as vezes é legal.

29.1.10

Holden & Eu (Adeus Salinger, ou coisa que valha).

Ele solidificou parte do que sou e parte do que pretendo ser.Pra muitas pessoas que conheço, parece tolice por um peso desse em um livro.Não é minha única fonte, não faço a ele um culto cego."Apanhador no campo de centeio" é simplesmente o livro que mais me realizou em todos estes anos.Me realizou, me chocou, me abriu os olhos, e sobretudo, me afagou dizendo "Não tenha medo.Erre duas, três..vinte vezes.Tente, e se perder, chore.Só idiotas não admitem suas falhas, por medo de serem alvo de piadas.Deixe que se achem alguma merda mais importante.A maior coisa que você pode fazer, é ser você mesmo, sempre".O que J.D. Salinger escreveu nos anos cinquenta se incrustou firme nos meus miolos.Estou entrando no palco da vida praticamente agora.Jerome David Salinger morreu de causas naturais nesta quarta, 27 de janeiro de 2010.
Holden tropeçou na minha vida por um acaso.Um dos melhores acasos nesses 18 anos.Procurando algo na biblioteca, parei no topo da prateleira de romances norte americanos.Apanhador no campo de centeio me soava algo meio serial killer, mas fiz uma alusão mais rápida.Na capa, uma luva e uma luva de baseball.Obviamente era esse tipo de apanhador.
Quem realmente me incentivou a ler foi Fabio Altro, pois sua opinião muito pesa pra mim.Eu virei amigo de Holden.Por três semanas, eu lia Holden no curso, na escola, em casa e no ónibus.Holden me fazia rir e me sentir ridículo.Um amigo.
Holden era herói pra varias pessoas, vim a saber.
Quando me debrucei pra saber, Apanhador no campo de centeio era um dos livros mais influentes do século.Uma literatura rápida e inteligente.Os palavrões, girias e atitudes do garoto rebelde de 17 anos não soam forçados.Holden é simplesmente natural.Erra, sente ódio, tem libido, fica triste, erra, erra, tenta e erra.Holden é um garoto americano dos anos 50, voltando pra casa e refletindo sobre como o mundo e sujo e como ele é um covarde.Pois covarde todos somos.Alguns fingem que não, esses são covardes ridículos.



Salinger por sua vez se fechou depois que criou Holden.Não quis se jogar na midia, por mais aclamado que fosse seu livro.Nunca gostou de entrevistas, nunca vendeu os direitos do seu livro pra nada.Como ele disse, a historia é aquela, se você quer mais, leia de novo e de novo.Eu li, e gostaria de agradecer a Salinger por seu trabalho.Olhando agora, eu também me sinto as vezes como Holden.
Apanhador no campo de centeio não me fez sentir melhor que ninguém, mas me fez sentir pareo pra qualquer um.

20.1.10

O Haiti não é aqui.

Eu realmente pensei em nomear esse post com "Reze pelo Haiti", mas sei lá, parece muito simples.Além do mais, sempre achei o Caetano com um timbre meio sarcástico nessa frase.Soa um tanto como "o melhor que você pode fazer por aqueles pobres desgraçados é rezar".Eu tenho trauma em admitir esse tipo de verdade.
Acho que a calamidade todo mundo já sabe, literalmente.Terça feira 12, um terremoto catastrofico destruiu o Haiti.O país de maioria negra já era o mais pobre das Américas, foi ainda mais reduzido.Depois de governos corruptos, ditaduras e perseguições; um tremor de terra vem levar a baixo parte do que ajudas humanitárias estavam tentando levantar.
As imagens divulgadas são de dar tristeza em qualquer um que realmente dá importância.Pessoas se esgueirando em meio a entulho, pilhas de corpos...não quero por nada aqui pra não parecer sensacionalista.As imagens e informações estão aqui, se quiser.
Dando continuidade ao seu trabalho em conjunto com a ONU, o Brasil continua enviando ajuda militar.Vários pelotões com médicos, remédios, bombeiros e militares indo pra ajudar, o que me faz até sentir reflexivo sobre o que eu faço realmente sobre meu país, uma vez que não quero servir.
Sobre isso que no meu entendimento fala a musica de Caetano que está sendo resgatada nesse momento de dor: O que você faz pelo Brasil.Ouvi a musica pela primeira vez faz uns dois, três anos numa aula e me parecia intrigante como, apesar do nome, a musica fala sobre problemas locais.A musica, um rap de Caetano e Gil, parece brincar com um comentário sobre a turbulência do nosso país."Vai ajudar o Haiti pra que? Aqui também tem trafico, tem gente morrendo de fome também".Isso pra mim fica concreto no refrão, que pra alguns parece bobo "O Haiti é aqui/O Haiti não é aqui".Aqui também é um pais de "quase todos pretos" e pobres.

São muitas similariedades, mas algumas diferenças gritantes.Enquanto o Haiti é o mais pobre da América, já o Brasil vem despontando como potencia.Saindo do âmbito de se é digno ou não o país enviar suas tropas, a musica julga o nosso nacionalismo.Depois de descrever uma cena de negros sendo espancados por uma herança escravocrata, a letra joga varias situações em que deixamos passar impune aqui mesmo, pra depois nos reclamarmos de "aqui ser igual o Haiti".
Algo dirigido pras mesmas pessoas que acham bonito fazer pose de revolucionario e dizer "todos políticos, tomem no cu", mas não dariam seu sangue pra mudar a alguma coisa.
Se você pode, ajude o Brasil, aqui ainda não é o Haiti, tem chance.Se você acha que não tem vocação pra Che Guevara, viva sua vida sem prejudicar ninguém, ao menos.
Se pode ajudar o haiti, procure alguma forma.Existe muita necessidade.
Se lembrar, também reze, seja pedindo, seja agradecendo.

15.1.10

Acho que está na hora de voltar, porque aqui é o meu lugar.Alguns dias passaram e algumas coisas aconteceram, eu que estive muito mole pra escrever alguma coisa.Mole, com sono e chateado.Sem querer tenho esses momentos de amazed.
Reveillon é aquele lance, "os fogos em Copa".É eu fui, e toda aquela gente de branco também.A partir de Botafogo já dava pra ver os grupos se deslocando.Quanto mais perto, mais gente e mais aglutinada era a multidão.Com tudo fechado e uma massa harmonicamente trajando branco, me senti num filme de infestações de zumbi.
Ainda na capital carioca, faz muito calor.Muito mesmo.Choveu amenizou, dá até pra encher uma caneca de café e por mais um rock maldito pra tocar, daqueles que eu amo.
Talvez volte aquele calor derretedor.Provável.
No mais, felicidade pra todo mundo que quiser.É um novo ano, talvez seja tempo de tentar consertar ou aparar o que ficou errado.
Obrigado se você vem aqui, ou se não vem também, sei lá.Vou levando aqui e se eu tiver mais paciência eu escrevo mais.Depois, é claro.
Vou curtindo novas bandas, velhos filmes, textos perdidos.Feliz 2010 e boa sorte.



"O meu coração não reconhece a luz do dia"